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IX Colóquio EPFCL-RDB  O ato e a (po)ética em psicanálise

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IX Colóquio EPFCL-RDB O ato e a (po)ética em psicanálise

Data e Horário

02/10/2025 - 04/10/2025

08:00 às 18:00

Localização

Rua Pref Eliane Barros Cabral 2000, Tirol, Natal - RN

Site do Evento

www.sympla.com.br

Redes Sociais do Evento

Descrição do Evento

O

ato

e

a
(
po)ética

em

psicanálise


 


                           
Em

cada

um

existe

um

poeta

escondido

e

que

o

último

poeta

deverá
morrer

junto

com

o

último


homem

(Freud,

1908/2015,

pg.

55).


                                          
O

poema,

sabe,

nasce

do

espanto,

isto

é,

de

um

instante


em

que

o enigma

q sempre

não

explicado

e

oculto

da

existência

se

põe

à
m
ostra
  (Ferreira Gullar em
“Notícia de um assalto inusitado”)
.


 


Desde

seu

ato

de

fundação


da

psicanálise,

Freud

não

se

privou

de

analisar

o

processo

de criação e o recurso da arte como forma
de expressão.

Em “O poeta e o
fantasiar”, Freud (1908/2015)
1

se

pergunta:

"Não

deveríamos

procurar

os

primeiros

indícios


da

atividade

poética já

nas

crianças?”.

Parafraseando

Freud,

deveríamos

buscar


indícios

do

ato

criativo

do

poeta

no ato do psicanalista?


Neste

trabalho

freudiano


dedicado

a

buscar


a

gênese

do

processo

criativo,


encontramos na linguagem a aproximação entre o fazer criativo do poeta e
o brincar,

pois o poeta, ao criar um

mundo


de

fantasia,

necessita

do

empréstimo

de

objetos

concretos

passíveis

de

representação a

fim

de

reduzir


a

distância

entre


o

que

lhe

é

singular


e

a

essência

humana.

Bom,

como

sabemos, o

brincar

infantil

é

um

ato

criativo

dirigido


pelo

desejo

da

criança

de

saber

da

realidade

na

qual
está inserida e do mundo dos adultos.


E o que podemos dizer do ato do psicanalista?
Ou do ato de dizer do psicanalista que produz


destituição

subjetiva

no

curso

de

uma

análise?


No

Seminário

O

ato

psicanalítico
,

Lacan (1967-1968) diz que não é de um
agir que o ato se trata, pois não se encontra na ordem do pensar, por isso não
é uma conjectura, nem uma prática. O ato se inscreveria mais do lado da poesia.

Ele

utiliza

o

termo

poesia


em

grego,

toínon
,

e

se

refere


a

Aristóteles,

quando


este

afirma que

a poesia vem

de

fora

do

sujeito.

“Algo


que toma

o

sujeito”, e é

neste

sentido

que

Lacan

se define

como

um

poata,

não

um

poeta:

“o

analista

é

o

poata,


é

um

poeta

do ato,

porque

no
ato

é que ele se deixa tomar pelo
inconsciente e revela algo que ele próprio não sabia”.


Em seu artigo “
Uma interpretação que leva em conta o real
", Colette Soler
(2012) afirma

que

o analista

é um poeta

na medida
em que

não pode

calcular sua interpretação, posto que

a

verdade

é tão


incalculável quanto o real. Nesse

sentido,
para

Soler (2012),

o analista

vai a

esmo,

lidando

com

um

poema

que

não

é

o

seu,

e

que

ele

não

conhece,

mas

que

lhe

pedem 
eventualmente

para

corrigir.

Para

levar

em

conta

esse

poema

como

real,

sinthoma,


o

analista

se utiliza

de

um

outro

real

em

seu

dizer,


a

saber,

o

da

alíngua


e

de

seus

equívocos,

os

quais

podem jogar contra o gozar do poema, já
que é por eles que o poema se faz. Dessa forma, o analista remaneja

o

poema,

amarrando-o

de

outra

forma


por



–,

e

isso

consiste

em

mudar

a

balança
entre

verdade

e

real,

entre

o

gozo

do

sentido


e

o

gozo

daquilo

que

o

tampona


e

que

faz

ali

como que um contrapeso.


O funcionamento do psiquismo é indissociável da
reflexão ética, da problematização dos modos de viver e das formas de regulação
do laço com o outro. Ética, lei e desejo são conceitos importantes no seminário
7, “A ética da psicanálise”.

É na
clínica, no discurso dos analisantes, que tais reverberações se fazem
presentes. É precisamente este o propósito desta investigação ao mencionar em
que medida a reflexão clínica tange às formas do sofrimento
psíquico.


Por

fim,

destaquemos

Lacan

ao

dizer


da

“ética

que

se

inaugura


pelo

ato

analítico

a

lógica manda,

isso

é

certo,

por

nela

encontrarmos

seus

paradoxos”

(Lacan,


1969/2003,

p.376)

e

dessa
forma convidamos com muito entusiasmo para o
lX Colóquio da EPFCL- RDB
.


 


Comissão

Científica

IX Colóquio EPFCL-RDB:
Andréa
Oscar, Esther

Mikovski, Felipe

Celestino, José Antônio Pereira e Karina

Veras
(Coordenação)


 


 


Referências
                                                                                                                                 
:


 


FREUD,

S.

O

poeta

e

o

fantasiar.

In

E.

Chaves


(Trad.),

Obras

incompletas

de

Sigmund

Freud: arte, literatura e os artistas
.
(pp. 53-64). Belo Horizonte: Autêntica, 2015. (Publicado originalmente em 1908)


GULLAR,

Ferreira.


Notícia

de

um

assalto

inusitado.

Jornal

Folha

de

São

Paulo:

São
Paulo, 2008


LACAN, Jacques
(1988).

Seminário, livro Vll: A Ética
da Psicanálise (1959-1960). Rio de

Janeiro:
Jorge Zahar Ed., 2008.


             
,

Jacques.


Escritos
.

Tradução


Vera

Ribeiro.

Rio

de

Janeiro:


Jorge

Zahar,

1998.

p.

496-
533.


————,

J.

O

Seminário, Livro

15:

o

ato psicanalítico
[1967-1968].

Inédito.


————,

J.

(1968-1969)

Resumo


do

Ato Analítico

1967-1968.

In:

Outros

escritos,


p
373


SOLER, Colette. Uma
interpretação que leve em conta o real.
Stylus
,
Rio de Janeiro, n. 24, p. 25-40, jun. 2012.
Acesse aqui a página da EPFCL-RDB 
Em caso de outras dúvidas sobre o evento,
enviar e-mail para: inscricaocoloquiorede@gmail.com

Organizador

goPlaces 360

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