Analógicas - Uma autoficção sobre a passagem do tempo
Uma peça de teatro criada em máquina de escrever. Caberia num museu? No palco, um encontro de dois antigos amigos. Uma bixa de época e uma mulher que perdeu as contas do tempo e envelhecem no planeta ocupando um minúsculo espaço, como dois pontinhos no universo. A partir de suas próprias histórias, celebram a vida, a passagem dos anos, riem de si mesmos e instauram reflexões e contradições sobre o tema. 
É sobre inventar a própria velhice. Sobre ver juntos o tempo passar. Sobre estar no tempo que passa. Sobre ser de vários tempos. Sobre época. Sobre o amor e a falta dele. Sobre futuro e distopia, e óculos 3D e telefone fixo. Sobre a segunda metade do século XX, sobre a primeira metade do século XXI. Sobre dançar em qualquer idade. Sobre dois amigos que se encontram pra fazer uma peça e fazem. Sobre teatro. Sobre fazer teatro há 40 anos. Sobre o teatro nesses 40 anos. Uma bixa de época e uma mulher que perdeu as contas do tempo. Estão nessa festa desde o século passado.
A concepção e dramaturgia de Analógicas partem do reencontro entre quatro artistas: Chico Aníbal e Margareth Serra, colegas de teatro há mais de trinta anos, e Marina Viana e Henrique Limadre, que trabalham juntos há quase vinte anos. Essa conexão criativa, de longa data, traz elementos importantes para a montagem da peça e reúne a pesquisa de linguagem do Teatro 171, grupo teatral criado em 2008, com as ideias de passagem do tempo, amizade e resistência no ofício teatral ao longo dos anos.